Uma capa, dois autores. |
Carlos Pinheiro & Nuno Sousa
Imprensa Canalha, 2012
56 págs., tetracromia
Sobrevida é a a obra conjunta de dois autores: Carlos Pinheiro e Nuno Sousa. Se o título a principio não parece fazer muito sentido, é na contracapa que a sua definição é mais aprofundada como "a qualidade de quem não vive" ou a "sensação de vida", que se encontram de forma mais ou menos evidente nas duas histórias que constituem o livro.
A primeira história, "A Noite" de Carlos Pinheiro, é a preto e branco, provavelmente desenhada por uma esferográfica e usa frases simples para descrever a acção e alguns pensamentos das personagens que funcionam como uma entidade colectiva. Após um jantar, um grupo de indivíduos começa um jogo de mortes fingidas que, após se fantasiarem, leva as personagens a percorrerem uma cidade vazia de pessoas, livres do reconhecimento de outros, que lhes permite ter liberdade de fazer e ser o que lhes aprouver, até à chegada de um novo dia quando se rendem à inevitável vida quotidiana. "O Dia" de Nuno Sousa tem um ambiente menos metafórico, parece ser autobiográfico, pintado com lápis de cor e o recurso ao texto, por vezes com função de comentário social, é sempre monólogo interior da personagem principal (o autor?) mesmo quando este fala com o seu pai.
Embora visualmente díspares, cada uma com o seu virtuosismo técnico (ambos os autores são licenciados da FBAUP), há um intimismo e melancolia cúmplice que aproxima as duas narrativas criando uma sensação de coesão estrutural da obra. Como síntese desta afirmação temos a capa do livro: uma cena da história de Pinheiro é complementada muito naturalmente pelas cores de Sousa.
Mais um nomeado para os Prémios FIBDA 2012 (categorias de Melhor Álbum e Melhor Desenho), este mais satisfatório.
A primeira história, "A Noite" de Carlos Pinheiro, é a preto e branco, provavelmente desenhada por uma esferográfica e usa frases simples para descrever a acção e alguns pensamentos das personagens que funcionam como uma entidade colectiva. Após um jantar, um grupo de indivíduos começa um jogo de mortes fingidas que, após se fantasiarem, leva as personagens a percorrerem uma cidade vazia de pessoas, livres do reconhecimento de outros, que lhes permite ter liberdade de fazer e ser o que lhes aprouver, até à chegada de um novo dia quando se rendem à inevitável vida quotidiana. "O Dia" de Nuno Sousa tem um ambiente menos metafórico, parece ser autobiográfico, pintado com lápis de cor e o recurso ao texto, por vezes com função de comentário social, é sempre monólogo interior da personagem principal (o autor?) mesmo quando este fala com o seu pai.
Embora visualmente díspares, cada uma com o seu virtuosismo técnico (ambos os autores são licenciados da FBAUP), há um intimismo e melancolia cúmplice que aproxima as duas narrativas criando uma sensação de coesão estrutural da obra. Como síntese desta afirmação temos a capa do livro: uma cena da história de Pinheiro é complementada muito naturalmente pelas cores de Sousa.
Mais um nomeado para os Prémios FIBDA 2012 (categorias de Melhor Álbum e Melhor Desenho), este mais satisfatório.
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