"Watta woil, watta woil." |
THE COMIC ART OF GEORGE HERRIMAN
McDonnell, O'Connell & De Havenon
Harry N. Abrams, 2004
224 págs., tetracromia
A 13 de Outubro de 1913 estreia-se Krazy Kat no New York Evening Journal. As personagens principais, um(a) gato(a) e um rato tinham a sua origem na strip anterior do autor, George Herriman, "The Dingbat Family", sobre a vida doméstica de uma família e a sua contenda continuada com os vizinhos do andar de cima (mais tarde a strip veio a ser conhecida como "The Family Upstairs"). Aos poucos, a disputa entre o(a) gato(a) dos Dingbat - apelidado(a) Krazy Kat pelo rato - e o seu rival ganhou autonomia dentro da strip e acabou por ter um espaço autónomo a acompanhar as aventuras dos Dingbat. A progressiva emancipação completou-se exactamente há um século.
A história contada em "Krazy Kat" rapidamente sedimentou-se. Resumindo, Krazy está apaixonado(a) pelo rato Ignatz que não o(a) suporta e para demonstrar o sentimento que nutre pelo(a) gato(a), sempre que pode, arremessa-lhe um tijolo à cabeça, acção que Krazy interpreta como demonstração de amor, Offissa Pupp, último vértice do triângulo amoroso, prende Ignatz para proteger Krazy, de quem gosta.
Durante 31 anos temos, praticamente sempre, uma variação deste cenário. A genialidade de Herriman é nunca se repetir apesar da fórmula e ter introduzido idiossincrasias que fazem de "Krazy Kat" uma obra única: o discurso de Krazy, mistura fonética de dialectos e línguas; os cenários inspirados pelo deserto do Arizona, em constante mudança, transfiguram-se de vinheta para vinheta, à volta das personagens e edifícios.
Herriman é ele próprio uma figura interessante, principalmente devido às suas origens confusas, que o identificam como "mulato" no registo de nascimento, sendo mais tarde declarado "caucasiano" no seu certificado de óbito. De vez em quando surgem estas questões de etnia numa ou outra história de Krazy Kat que ganham logo outra profundidade tendo em conta a ambiguidade étnica do autor. Sem falar do género de Krazy que, propositadamente, nunca chega ser estipulado de forma inequívoca.
"Krazy Kat" é um dos grandes clássicos dos comics americanos e a sua influência estende-se até aos nosso dias, repercutindo-se em autores como Chris Ware (autor da série "Acme Novelty Library" e designer da recente colecção da Fantagraphics - "Krazy & Ignatz" - que colige a obra completa de Herriman) ou Patrick McDonnell, autor da série "Mutts", denunciadamente inspirada por "Krazy Kat", e co-autor do livro que devia ser o tema deste post.
Agora é só poupar os 300 euros para poder ter a edição especial (capa dura, páginas maiores) em 3 volumes publicada pela Fantagraphics!
Durante 31 anos temos, praticamente sempre, uma variação deste cenário. A genialidade de Herriman é nunca se repetir apesar da fórmula e ter introduzido idiossincrasias que fazem de "Krazy Kat" uma obra única: o discurso de Krazy, mistura fonética de dialectos e línguas; os cenários inspirados pelo deserto do Arizona, em constante mudança, transfiguram-se de vinheta para vinheta, à volta das personagens e edifícios.
Herriman é ele próprio uma figura interessante, principalmente devido às suas origens confusas, que o identificam como "mulato" no registo de nascimento, sendo mais tarde declarado "caucasiano" no seu certificado de óbito. De vez em quando surgem estas questões de etnia numa ou outra história de Krazy Kat que ganham logo outra profundidade tendo em conta a ambiguidade étnica do autor. Sem falar do género de Krazy que, propositadamente, nunca chega ser estipulado de forma inequívoca.
"Krazy Kat" é um dos grandes clássicos dos comics americanos e a sua influência estende-se até aos nosso dias, repercutindo-se em autores como Chris Ware (autor da série "Acme Novelty Library" e designer da recente colecção da Fantagraphics - "Krazy & Ignatz" - que colige a obra completa de Herriman) ou Patrick McDonnell, autor da série "Mutts", denunciadamente inspirada por "Krazy Kat", e co-autor do livro que devia ser o tema deste post.
Agora é só poupar os 300 euros para poder ter a edição especial (capa dura, páginas maiores) em 3 volumes publicada pela Fantagraphics!
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