"O silêncio é a pior parte do baile." |
Nuno Duarte & Joana Afonso
Kingpin Books, 2012
46 págs., tetracromia
Vou tentar antecipar-me ao que aí vem e anunciar que O Baile é um dos grandes nomeados para os Prémios Nacionais de Banda Desenhada 2013.
O inspector Rui Brás, da PIDE, é incumbido de investigar acontecimentos estranhos na aldeia piscatória de Maré Santa. É necessário acabar com "histórias de gaiatos" que possam perturbar a visita iminente do Papa Paulo VI a Portugal.
À primeira vista trata-se da típica história de zombies que presta descaradamente homenagem aos filmes de terror americanos dos anos 70. Para além de explorar os clichés típicos dos filmes do género, o ponto forte desta bd é sem dúvida a caracterização das personagens, o diálogo plausível, com cada um a soar de forma diferente, e a descrição do ambiente vivido na altura da história.
Esta não é a primeira bd de Nuno Duarte publicada pela Kingpin Books, os dois volumes d'A Fórmula da Felicidade são sobejamente conhecidos e foram também (novamente com o futurismo) nomeados para os PNBD, mas é a primeira vez que colabora com Joana Afonso. O desenho de Joana Afonso, que em 2011 foi primeiro prémio dos concursos de bd do FIBDA, é mais que competente, tem um estilo próprio e para além da sua capacidade de storytelling (que era já notória na bd com que venceu o concurso), premeia-nos ainda com cores que ajudam ao ambiente lúgubre da história.
Honestamente, a minha primeira leitura do livro não foi a mais satisfatória, se calhar por ter sido apressada ou por estar à espera de outra coisa, falou-se de PIDE na antecipação do livro e esperava algo mais "adulto" (mas não necessariamente melhor). Contudo, uma segunda leitura trouxe consigo um entendimento diferente. Se inicialmente achava que o ritmo da história e que a "revelação do culpado" podiam ter sido melhores, agora, sem grandes razões a favor, digeri melhor a história.
Embora O Baile seja, maioritariamente, uma "bd-entretenimento", há momentos muito bons que lhe dão uma maior profundidade e estes devem-se principalmente à preocupação por criar personagens tridimensionais que se preocupam com o seu passado e futuro.
Agora é só ver se tenho razão em relação às nomeações...
O inspector Rui Brás, da PIDE, é incumbido de investigar acontecimentos estranhos na aldeia piscatória de Maré Santa. É necessário acabar com "histórias de gaiatos" que possam perturbar a visita iminente do Papa Paulo VI a Portugal.
À primeira vista trata-se da típica história de zombies que presta descaradamente homenagem aos filmes de terror americanos dos anos 70. Para além de explorar os clichés típicos dos filmes do género, o ponto forte desta bd é sem dúvida a caracterização das personagens, o diálogo plausível, com cada um a soar de forma diferente, e a descrição do ambiente vivido na altura da história.
Esta não é a primeira bd de Nuno Duarte publicada pela Kingpin Books, os dois volumes d'A Fórmula da Felicidade são sobejamente conhecidos e foram também (novamente com o futurismo) nomeados para os PNBD, mas é a primeira vez que colabora com Joana Afonso. O desenho de Joana Afonso, que em 2011 foi primeiro prémio dos concursos de bd do FIBDA, é mais que competente, tem um estilo próprio e para além da sua capacidade de storytelling (que era já notória na bd com que venceu o concurso), premeia-nos ainda com cores que ajudam ao ambiente lúgubre da história.
Honestamente, a minha primeira leitura do livro não foi a mais satisfatória, se calhar por ter sido apressada ou por estar à espera de outra coisa, falou-se de PIDE na antecipação do livro e esperava algo mais "adulto" (mas não necessariamente melhor). Contudo, uma segunda leitura trouxe consigo um entendimento diferente. Se inicialmente achava que o ritmo da história e que a "revelação do culpado" podiam ter sido melhores, agora, sem grandes razões a favor, digeri melhor a história.
Embora O Baile seja, maioritariamente, uma "bd-entretenimento", há momentos muito bons que lhe dão uma maior profundidade e estes devem-se principalmente à preocupação por criar personagens tridimensionais que se preocupam com o seu passado e futuro.
Agora é só ver se tenho razão em relação às nomeações...
Ainda não peguei n'O Baile, embora já ande aqui pela sala há uns tempos a pedir para ser lido. Pode ser que seja agora.
ResponderEliminarNão me parece que seja André, trouxe-o cá para baixo...
EliminarAcho que as tuas apostas são seguras. A vitória é mais difícil e de prever, mas nomeações garantidas.
ResponderEliminarNão aposto na vitória, aprendi com o primeiro volume d'A Fórmula da Felicidade...
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