"Don't trust the map." |
Ramón Pérez
Archaia Entertainment, 2011
120 págs., tetracromia
Originalmente planeada para ser uma longa metragem, "Tale of Sand" acaba, quarenta e cinco anos após ter sido arquivada pelos seus criadores Jim Henson e Jerry Juhl, por ser adaptada ao formato graphic novel. Henson é conhecido pela criação dos Muppets (entre outros) e pelas suas colaborações com pessoas igualmente talentosas, se não tão conhecidas, como é o caso de Juhl.
"Tale of Sand" é uma alegoria. No meio do deserto, uma pequena cidade festeja efusivamente. Há música, bebidas e até palhaços. O nosso protagonista, Mac, encontra-se pelo meio das celebrações, parece ser de fora da cidade e estar confuso e desconfortável. Rapidamente é carregado em ombros até ao gabinete do xerife e é este que o irá instruir sobre o que tem a fazer. É-lhe dada uma mochila, um mapa, a chave da cidade e dez minutos de avanço. Só tem que chegar a determinado local para estar "salvo".
A seguir começa a corrida desenfreada, uma perseguição, muitas vezes explosiva, repleta de encontros caricatos com personagens que nem contextualizadas fariam sentido. Trata-se, afinal, de uma "comédia-drama surrealista".
Ramon Pérez aparece quase do nada para ilustrar esta multipremiada bd e é a sua arte que consegue fazer funcionar a narrativa ténue. Num guião com poucas palavras e pouca caracterização de personagens, maior ainda é a importância das expressões faciais e da linguagem corporal. Pérez explora diferentes técnicas de forma a representar da melhor forma as diferentes mudanças de ambiente e de atitude das personagens. É um livro bonito.
Quanto à alegoria, podemos dizer que "Tale of Sand" é sobre a vida. Um tema tão vasto só se pode abordar com algum humor e ridículo. Empurrado para o desconhecido com noções vagas do que se vai encontrar e descobrir que as coisas são mais esquisitas do que pensávamos; reconhecer que somos o principal obstáculo no nosso caminho e acabar mais ou menos como começámos. Soa mais ao menos ao que é a vida, só que esta é ainda mais surreal que o conteúdo deste livro.
Queria ainda agradecer a André Nóbrega pelo empréstimo do livro e, como bónus, podem ler a sua análise de "Tale of Sand" aqui.
Quanto à alegoria, podemos dizer que "Tale of Sand" é sobre a vida. Um tema tão vasto só se pode abordar com algum humor e ridículo. Empurrado para o desconhecido com noções vagas do que se vai encontrar e descobrir que as coisas são mais esquisitas do que pensávamos; reconhecer que somos o principal obstáculo no nosso caminho e acabar mais ou menos como começámos. Soa mais ao menos ao que é a vida, só que esta é ainda mais surreal que o conteúdo deste livro.
Queria ainda agradecer a André Nóbrega pelo empréstimo do livro e, como bónus, podem ler a sua análise de "Tale of Sand" aqui.
Olha, gostei de ler a tua opinião.
ResponderEliminarDe resto, enquanto no meio desta vida absurda ainda tivermos quem nos empreste livros, nem tudo está perdido.
As nossas opiniões não são assim tão diferentes... Devolvo o livro em breve.
EliminarFiquei interessado! Obrigado pela partilha :-)
ResponderEliminarMuito obrigado pelo comentário.
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