3 de Outubro de 2014

"A cure for death."
ANNIHILATOR #1
Grant Morrison & Frazier Irving
Legendary Comics, 2014
32 págs., tetracromia, floppy

Raymond Spass é um argumentista em Hollywood cujos êxitos são já uma memória distante. Spass (diz-se "space") têm em mãos um pedido de um dos grandes estúdios: uma história de ficção científica distópica.
A história de Max Nomax, génio criminal intergalático, sentenciado a servir uma pena perpétua literalmente à beira de um buraco negro, surge-lhe num transe induzido por sexo, drogas, álcool e algo mais, menos prazeroso. Este último elemento leva-o a tentar o suicídio quando é bruscamente interrompido por Max Nomax em pessoa.
É muito fácil estabelecer paralelismos com "Flex Mentallo": o protagonista é, à parte de alguns pormenores, praticamente o mesmo; a personagem fictícia que se torna real para auxiliar o seu criador; etc.
Há ainda uma série de questões que ficam por explorar e que dão alguma profundidade a um enredo familiar.
Novamente, Grant Morrison está muito bem acompanhado no que toca à arte. Desta vez, é Frazer Irving que ilustra as palavras de Morrison. Irving foi um dos primeiros autores anglo-saxónicos a despojar-se do material e a desenvolver trabalho exclusivamente digital. O seu estilo gráfico é caracterizado por ser capaz de conjugar um design impecável com um ambiente sombrio (especialmente eficaz nas cenas que não pedem por esse tipo de tratamento pelo seu conteúdo mais leve).
Este primeiro número de "Annihilator" é um óptimo começo para esta série. Tem de tudo: um argumento intrigante e esotérico; arte deslumbrante e, principalmente, um cliffhanger excepcional.
Este é para fazer assinatura.

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