"One pig-knuckle sandwich comin' up!" |
Dan Slott & Olivier Coipel
Marvel Comics, 2014
32 págs., tetracromia, floppy
Confesso-me um fã do Homem-Aranha.
Desde miúdo que acompanho as aventuras de Peter Parker embora, não tão recentemente quanto pareça, a partir de Brand New Day, tenha deixado de seguir regularmente os títulos do aracnídeo.
Dan Slott entra mais ou menos nessa altura e desde então comanda a vida de Parker - entre dar poderes de aranha a todos os habitantes da ilha de Manhattan e matar Peter Parker e substitui-lo por um dos seus arqui-inimigos (o doutor Octopus) - Slott tem dinamizado as histórias do wall crawler com um entusiasmo juvenil, nem sempre bem aceite, de quem ama a personagem.
A sua última aventura, como não pode deixar de ser, é um evento à escala do multiverso.
Morlun, vilão introduzido por J. Michael Straczynski como o inimigo natural do Aranha - o seu predador -, regressa. desta vez acompanhado por uma família literalmente faminta de poder que vive à parte da realidade, num nicho onde pode atingir qualquer mundo e qualquer versão da sua presa.
Assim, um grupo de diferentes Aranhas mobilizou-se para recrutar os diferentes representantes do totem da aranha espalhados pela Grande Teia (mais um nome para o multiverso), o que acaba por incluir todas a versões alternativas do Homem-Aranha que se viram nestes últimos 50 anos de publicação e mais algumas só porque sim.
Esta atitude revisionista de Slott é o sonho molhado de qualquer cromo da bd, especialmente aquele que conhece intimamente a história de Peter Parker, porque, afinal de contas, é ele o "verdadeiro" Homem-Aranha.
Para quem entrou agora no jogo as coisas não correm muito bem, apesar das pequenas introduções e explicações, esta é uma das principais críticas a este tipo de histórias que dificultam muito a entrada de novos leitores menos interessados em "estudar" uma personagem e que só querem algo que faça sentido e entretenha.
O desenho de Olivier Coipel, já veterano nestas lides de grandes eventos, é muito bom, "estiloso" e consistente, parece conseguir representar qualquer situação ou personagem. Espero que continue no título e não, como se tornou também hábito, salte fora daqui a 3 ou 4 números.
Há ainda uma back-up story desenhada pelo competentíssimo Giuseppe Camuncoli que explora mais intimamente as dinâmicas da família de Morlun e, basicamente, as principais razões para os odiarmos. É sempre bom não gostar do mau.
Portanto, começa outro grande evento na vida do Homem-Aranha que agradará aos fãs de longa data e confundirá os recém-chegados.
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