"...and it never stops coming!" |
Derf Backderf
Abrams Comicarts, 2015
256 págs., P&B, digital
Como escrito no prefácio deste seu novo livro, Derf Backderf antes de entrar na faculdade já tinha uma história de vida que o permitiria ser escritor - foi punk rocker, cresceu com Jeff Dahmer e trabalhou como homem do lixo.
Não é de surpreender, então, que cada um dos livros que publicou sejam exactamente sobre essas situações e temas.
Conheço Derf precisamente por causa do seu último livro, "My Friend Dahmer", onde explora a sua relação quando adolescente com alguém que viria a tornar-se um serial killer de renome.
Conheço Derf precisamente por causa do seu último livro, "My Friend Dahmer", onde explora a sua relação quando adolescente com alguém que viria a tornar-se um serial killer de renome.
Este "Trashed", por sua vez, é inspirado nos seus anos como lixeiro e aborda o quotidiano de uma profissão raramente ponderada pelo homem comum que não se preocupa com as possibilidades, dificuldades e nuances da rotina do homem do lixo.
A natureza episódica do livro coexiste com uma análise da indústria lixeira americana (e não só) fundamentada numa pesquisa bibliográfica sólida e objectiva.
O estilo de desenho característico do underground americano: "feio", garatujado, cheio de pormenor obsessivo, a preto e branco, reforça ainda mais o aspecto documental da obra que oscila entre os pólos da relação humana e do processo humano de produção de lixo.
Apesar da tentativa de distanciamento objectivo, com recurso a estatísticas e esquemas, o ponto forte desta banda desenhada reside na sua capacidade de retratar a interacção humana recorrendo a personagens que reflectem perfeitamente os tempos modernos. É precisamente o elenco variado que torna esta obra multidimensional e não somente um debitar de números e preocupações; esse elemento humano convida-nos a continuar a ler e reflectir, mais do que qualquer outra informação apocalíptica descrita nas páginas do livro.
O estilo de desenho característico do underground americano: "feio", garatujado, cheio de pormenor obsessivo, a preto e branco, reforça ainda mais o aspecto documental da obra que oscila entre os pólos da relação humana e do processo humano de produção de lixo.
Apesar da tentativa de distanciamento objectivo, com recurso a estatísticas e esquemas, o ponto forte desta banda desenhada reside na sua capacidade de retratar a interacção humana recorrendo a personagens que reflectem perfeitamente os tempos modernos. É precisamente o elenco variado que torna esta obra multidimensional e não somente um debitar de números e preocupações; esse elemento humano convida-nos a continuar a ler e reflectir, mais do que qualquer outra informação apocalíptica descrita nas páginas do livro.
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