Josée, a desejada. |
Aude Picault
Editions Delcourt, 2011
90 págs., tetracromia
fanfarra
(francês fanfare)
s. f.
1. Música tocada por instrumentos de metal, geralmente em momentos de festa.
(francês fanfare)
s. f.
1. Música tocada por instrumentos de metal, geralmente em momentos de festa.
2. Conjunto de músicos que tocam principalmente instrumentos metálicos de sopro. =CHARANGA
3. [Informal] Fanfarrice.
4. [Brasil] Bravura, valentia, coragem.
3. [Informal] Fanfarrice.
4. [Brasil] Bravura, valentia, coragem.
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Alda pertence a uma fanfarra entre muitas numa noite de festa e de bebida. Se inicialmente tinha como principal objectivo encontrar Bilou, quando descobre que este está de férias com a sua meuf (o verlan é uma gíria que consiste na inversão de sílabas de uma palavra, portanto, femme invertida, tendo em conta a pronunciação, é meuf), após um amuo inicial, começa a questionar a sua identidade e escolhas de vida acabando por se entregar ao carpe diem.
Fanfare tem um desenho simpático e cores suaves que são apropriadas à história contada, também simpática e suave mas, sinceramente, não muito profunda.
Para aqueles que não têm um grande domínio do francês e têm que recorrer a um dicionário de dois em dois minutos (o meu caso) há dois grandes entraves na leitura desta bd. O primeiro é o uso de um francês que não é o que nos é ensinado nas escolas, a gíria figura proeminentemente em toda a obra, o que não é necessariamente algo negativo, as personagens pertencem a determinado grupo etário e faz todo o sentido que usem determinadas expressões. O segundo é um dos elementos mais subestimados da bd - a letragem - que talvez imitando a caligrafia da autora dificulta a leitura, mais ainda para aqueles que não conseguem dar o salto intuitivo pelo sentido da frase.
Embora a temática não seja exactamente muito estimulante, o aspecto gráfico é muito bom. Aude Picaut é excepcional nas suas expressões faciais, minimalistas, que transmitem facilmente emoção, na sua decomposição do movimento das personagens que se "movem" de forma fluída e natural e no seu uso de cor para expressar sentimentos.
Se procuram uma leitura rápida e descomprometida com desenhos bonitos e "cartoonescos", Fanfare parece ser uma boa escolha. Por enquanto eu fico à espera para ver se Picault decide abordar temas mais complexos que também é preciso na bd.
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