Em ponto grande. |
José Domingo
Bang ediciones, 2011
120 págs., tetracromia
Há cada vez mais autores de bd influenciados pelos videojogos da sua infância. Para além do exemplo paradigmático de "Scott Pilgrim" temos agora este "Aventuras de un oficinista japonés", de José Domingo, inspirado, porventura, nos role-playing games japoneses dos anos 90. Esta bd tem o mesmo tipo de estética e energia que caracteriza esses jogos, para além das suas personagens caricatas e um sentido de humor muito peculiar.
A história narra a saída do trabalho de um salaryman que no caminho para casa vê-se envolvido em situações cada vez mais absurdas e incríveis numa crescente de loucura e imaginação. Um dos episódios mais inusitados é aquele no qual o próprio autor tem que negociar, no seu inferno pessoal (Que outros autores inclui Domingo neste inferno?), com o seu demónio para que este ressuscite o protagonista de forma a poder concluir a sua história.
O desenho simples super deformed e as cores vibrantes distraem-nos da capacidade que Domingo tem de nos surpreender com pequenos sub-enredos à moda de Mortadello y Filémon de Ibañez ou a chicken fat de Elder na MAD que têm repercussões imediatas, de vinheta para vinheta, ou a médio e longo prazo. Estes pequenos brindes ajudam à longevidade de uma obra de leitura rápida.
Resumindo, "Aventuras" é uma bd engraçada e "muito bd" na sua forma de estar, mesmo indo beber a outras fontes como os videojogos, e que já atraiu a atenção da editora Nobrow que acabou de o publicar no Reino Unido.
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