"Heracles: Héroe o producto?" |
David Rubín
Astiberri Ediciones, 2010
280 págs., tetracromia, capa dura
Astiberri Ediciones, 2010
280 págs., tetracromia, capa dura
Os heróis gregos têm destas coisas, são muito dados a longos poemas épicos com determinadas convenções: embates repetitivos com criaturas fantásticas e vitória inevitável. É engraçado que Herácles ou Hércules seja só lembrado pelos seus feitos e não pelos eventos que o marcam como herói trágico.
David Rubín explica-nos logo na primeira página ao que vem, uma criança (substituto do autor ou ele mesmo) lê um dos antigos comics de Jack Kirby e sonha com um dia fazer algo assim.
Esta é a carta de amor de Rubín a Kirby (e aos super-heróis) com o dinamismo que o velho mestre punha nas suas páginas. Mais, é o mais activo e entusiasta Rubín que já li. As suas obras anteriores parecem estáticas em comparação, a introspecção era muita e parecia ser um explorar de um mundo interior revisto como espectáculo visual para o leitor. Talvez um pouco adolescente...
Nesta obra Rubín quebra com esse passado, com muita energia e muito movimento e um regresso às convenções - sejam estas as clássicas, sejam da nova mitologia (falo de super-heróis). Até a indumentária das personagens é claramente homenagem ao universo dos super-heróis.
Portanto, David Rubín gosta de super-heróis e de mitologia e eu posso dizer que o livro não é mau mas sabe a pouco (talvez por isso já estivesse planeada a segunda parte da história) e a grande falha é no enredo simples porque o desenho está de acordo com os padrões a que nos habituou.
A ver se leio o segundo...
Texto original publicado aqui.
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