"Even at its best, life is just really annoying." |
Sammy Harkham
Auto-edição, 2016
32 págs., dicromia, floppy
Prosseguindo com a "trilogia de 5", falaremos agora do quinto número de Crickets, de Sammy Harkham.
Continuação directa dos dois números anteriores (sobre os quais ia escrever mas peguem lá isto, que é bem melhor), Crickets #5 acompanha Seymour, um guionista convertido em cineasta, envolvido num projecto de segunda ou terceira categoria chamado "Blood of the Virgin" (também o título da história).
Ao contrário - não é bem verdade - de "Ganges", "Crickets" têm uma função menos didáctica, explora mais o universo relacional e interior do protagonista - novamente, não é bem verdade que Ganges não o faça - e é mais visceral ao fazê-lo.
Neste volume, desvia-se o foco dos problemas de produção para a vida intima de Seymour e somos assaltados com momentos de contundência emocional que parecem não acabar (Seymor pensa/descreve o momento do nascimento do seu filho, a cena de sexo adormecido; a despedida no aeroporto; etc., etc., etc.). Chega mesmo a ser doloroso.
Acho que Sammy Harkham pode ser um dos autores (e editores) que mais gosto actualmente, é o tipo de cartunista que é subestimado de forma pecaminosa, até ao momento em que lemos algo dele e o queixo cai. Tem um traço simples (quase diria uma linha clara) mas expressivo, mas é essencialmente a força das suas histórias, a capacidade que tem para explorar o que mais de miserável há no ser humano e nas suas relações que o distingue da maralha.
Continuação directa dos dois números anteriores (sobre os quais ia escrever mas peguem lá isto, que é bem melhor), Crickets #5 acompanha Seymour, um guionista convertido em cineasta, envolvido num projecto de segunda ou terceira categoria chamado "Blood of the Virgin" (também o título da história).
Ao contrário - não é bem verdade - de "Ganges", "Crickets" têm uma função menos didáctica, explora mais o universo relacional e interior do protagonista - novamente, não é bem verdade que Ganges não o faça - e é mais visceral ao fazê-lo.
Neste volume, desvia-se o foco dos problemas de produção para a vida intima de Seymour e somos assaltados com momentos de contundência emocional que parecem não acabar (Seymor pensa/descreve o momento do nascimento do seu filho, a cena de sexo adormecido; a despedida no aeroporto; etc., etc., etc.). Chega mesmo a ser doloroso.
Acho que Sammy Harkham pode ser um dos autores (e editores) que mais gosto actualmente, é o tipo de cartunista que é subestimado de forma pecaminosa, até ao momento em que lemos algo dele e o queixo cai. Tem um traço simples (quase diria uma linha clara) mas expressivo, mas é essencialmente a força das suas histórias, a capacidade que tem para explorar o que mais de miserável há no ser humano e nas suas relações que o distingue da maralha.
Sem comentários:
Enviar um comentário